Tuesday, January 24, 2012

A Sociedade precisa de mais Empreendedores

O mundo está passando por uma transformação radical. Não apenas pela revolução tecnológica, particularmente com a internet disseminando a informação, mudando os modelos de negócio "tradicionais", destruindo empresas consideradas ícones, e reduzindo ciclo de vida de produtos e empresas.

Mas também causada por fatores sócio-econômicos de sérias conseqüências para grande parte da humanidade:

   O endividamento de países e sociedades desenvolvidos, alcançando níveis insustentáveis - alguns já sendo considerados de alto risco - e a correlacionada crise da social democracia (modelo de países europeus que, francamente, muitos ainda almejamos)
   O sistema financeiro dessas grandes economias, que pela falta de regulamentação apropriada, descontrole e alavancagem excessivos, causou a crise de 2008 e mantém a insegurança que vivemos ainda hoje, com riscos novas crises sociais, intervenções governamentais e suas decorrências
   As dezenas de milhões de habitantes das economias emergentes entrando no mercado de consumo todos os anos - na China, pela primeira vez na história a população urbana superou a rural e, menos alardeado, trabalhadores de indústria daquele país começando a exigir seus direitos"
   O envelhecimento da população mundial, causada pelas melhores condições de vida e os avanços da medicina, o relevante ciclo da medicina genética e, em breve, o da nanotecnologia aplicada
   A crescente necessidade de produtos agrícolas para produção de alimentos e, competindo com estes, para atender a demanda pelos também importantes biocombustíveis
   Os impactos ecológicos e ambientais desse aumento de consumo (e do descarte), colocando o planeta próximo a seus limites de sustentabilidade
   As mudanças geo-políticas, os novos eixos de poder se estabelecendo. Os riscos e custos de segurança causados por bélicos e fundamentalistas nos dois lados do mundo.

Não é a primeira vez. Revoluções sociais e econômicas sempre ocorreram na história da humanidade. Do fogo e roda, à revolução industrial. Sejam os egípcios antigos, impérios orientais ou novas potências ocidentais, a ganância humana, a exploração dos outros, a corrupção política... a nossa capacidade de criar crises, de nos auto-destruirmos em guerras e, também de nos adaptarmos/superarmos é enorme! Enfim, o ser humano continua o mesmo, desde o início das civilizações.

O que tem de diferente neste ciclo? Talvez a amplitude e a velocidade com que tais mudanças vão nos impactar, pelo tamanho da população mundial (o planeta em si não cresceu) e pela redução das "distâncias e tempos" causada pela tecnologia.


Para onde vamos? Onde estaremos em 10, 20, 50 anos (sim, espero ainda estar por aqui até lá!)? Seria interessante, mas não vou tentar especular. Mas alguns elementos são importantes, particularmente para quem começa sua vida profissional.

   Os modelos do século passado, de segurança e estabilidade de empregos (para a vida toda) em agências de governo ou em grandes empresas parecem estar moribundos. Planejar aposentadoria dependente de planos de pensão dessas empresas é arriscado
   Esse modelo de endividamento crescente, seja dos governos ou dos indivíduos atinge seus limites. As pessoas não podem continuar a se endividar apenas para consumir. A desalavancagem de algumas grandes economias já começou e é extremamente custosa. Acarreta em baixo crescimento, períodos de volatilidade em todo o mundo
   Os países não conseguirão pagar as demandas sociais de uma população que, envelhecendo, pare de produzir na faixa de 60-70 anos. Não é mais seguro contar com aposentadorias ou sistema de saúde "fornecidos pelo governo"
   No Brasil, ainda temos um endividamento razoável. Mas nossa população está envelhecendo, o sistema de seguridade social tem um rombo que, como os gastos públicos, também cresce e a carga tributária já é das maiores do mundo
   A demanda mundial por recursos básicos continuará crescente, sendo desconhecido como a oferta responderá, e a que custo/preço será atendida.

Mais do que nunca nossa sociedade precisará de inovação para encontrar soluções para tais desafios.

Sem a "falsa segurança" dos governos e das grandes empresas, ao enfrentarmos tais crises e mudanças, se evidenciará que cada indivíduo é uma célula que precisa inovar, empreender, buscar a auto-suficiência para subsistir e se diferenciar.

Precisa buscar seus caminhos, sua independência, sua capacidade de criar valor para a sociedade (sua fonte real de subsistência) e para seus "clientes" (mesmo que tal "cliente" seja o seu empregador de momento)! E ter sua remuneração advinda deste valor.

Rendimento não apenas para seu período de vida ativa e profissional, mas investir para criar o patrimônio que vai sustentá-lo nas crises e nos possíveis 30-40 anos que ainda viverá após a aposentadoria.

Nossa sociedade precisa desta atitude empreendedora e da capacidade de inovação. A crise estimulará tal atitude. Deste modelo surgirão soluções para os desafios atuais. E a partir desta perspectiva, identificar oportunidades de iniciar sua empresa, construir uma base maior de clientes e talvez acumular maior riqueza, se torna mais natural.

O número de empreendedores precisa e vai aumentar. O artigo no link anexo indica que caminhamos nesta direção http://www.ft.com/cms/s/0/a910938a-42b7-11e1-b756-00144feab49a.html