O mundo está passando
por uma transformação
radical. Não
apenas pela revolução
tecnológica,
particularmente com a internet disseminando a informação, mudando
os modelos de negócio
"tradicionais", destruindo empresas consideradas ícones, e
reduzindo ciclo de vida de produtos e empresas.
Mas também causada
por fatores sócio-econômicos de sérias conseqüências para
grande parte da humanidade:
•
O endividamento de países e
sociedades desenvolvidos, alcançando
níveis
insustentáveis
- alguns já
sendo considerados de alto risco - e a correlacionada crise da social
democracia (modelo de países
europeus que, francamente, muitos ainda almejamos)
•
O sistema financeiro dessas
grandes economias, que pela falta de regulamentação apropriada, descontrole e
alavancagem excessivos, causou a crise de 2008 e mantém a
insegurança
que vivemos ainda hoje, com riscos novas crises sociais, intervenções
governamentais e suas decorrências
•
As dezenas de milhões de
habitantes das economias emergentes entrando no mercado de consumo todos os
anos - na China, pela primeira vez na história a população urbana
superou a rural e, menos alardeado, trabalhadores de indústria daquele
país
começando
a exigir “seus
direitos"
•
O envelhecimento da população mundial,
causada pelas melhores condições
de vida e os avanços
da medicina, o relevante ciclo da medicina genética e, em breve, o da nanotecnologia
aplicada
•
A crescente necessidade de
produtos agrícolas
para produção
de alimentos e, competindo com estes, para atender a demanda pelos também
importantes biocombustíveis
•
Os impactos ecológicos e
ambientais desse aumento de consumo (e do descarte), colocando o planeta próximo a seus
limites de sustentabilidade
•
As mudanças geo-políticas, os
novos eixos de poder se estabelecendo. Os riscos e custos de segurança causados
por bélicos
e fundamentalistas nos dois lados do mundo.
Não é a primeira vez. Revoluções sociais
e econômicas
sempre ocorreram na história
da humanidade. Do fogo e roda, à
revolução
industrial. Sejam os egípcios
antigos, impérios
orientais ou novas potências
ocidentais, a ganância
humana, a exploração
dos outros, a corrupção
política...
a nossa capacidade de criar crises, de nos auto-destruirmos em guerras e, também de nos
adaptarmos/superarmos é
enorme! Enfim, o ser humano continua o mesmo, desde o início das
civilizações.
O que tem de diferente neste ciclo?
Talvez a amplitude e a velocidade com que tais mudanças vão nos
impactar, pelo tamanho da população mundial (o planeta em si não cresceu) e
pela redução
das "distâncias
e tempos" causada pela tecnologia.
Para onde vamos? Onde estaremos em
10, 20, 50 anos (sim, espero ainda estar por aqui até lá!)? Seria
interessante, mas não
vou tentar especular. Mas alguns elementos são importantes, particularmente para
quem começa
sua vida profissional.
•
Os modelos do século
passado, de segurança
e estabilidade de empregos (“para
a vida toda”)
em agências
de governo ou em grandes empresas parecem estar moribundos. Planejar
aposentadoria dependente de planos de pensão dessas empresas é arriscado
•
Esse modelo de endividamento
crescente, seja dos governos ou dos indivíduos atinge seus limites. As pessoas
não
podem continuar a se endividar apenas para consumir. A desalavancagem de
algumas grandes economias já
começou
e é
extremamente custosa. Acarreta em baixo crescimento, períodos de
volatilidade em todo o mundo
•
Os países não conseguirão pagar as
demandas sociais de uma população
que, envelhecendo, pare de produzir na faixa de 60-70 anos. Não é mais
seguro contar com aposentadorias ou sistema de saúde "fornecidos pelo
governo"
•
No Brasil, ainda temos um
endividamento razoável.
Mas nossa população
está
envelhecendo, o sistema de seguridade social tem um rombo que, como os gastos públicos,
também
cresce e a carga tributária
já
é
das maiores do mundo
•
A demanda mundial por recursos
básicos
continuará
crescente, sendo desconhecido como a oferta responderá, e a que
custo/preço
será
atendida.
Mais do que nunca nossa sociedade
precisará
de inovação
para encontrar soluções
para tais desafios.
Sem a "falsa segurança" dos
governos e das grandes empresas, ao enfrentarmos tais crises e mudanças, se
evidenciará
que cada indivíduo
é
uma célula
que precisa inovar, empreender, buscar a auto-suficiência para
subsistir e se diferenciar.
Precisa buscar seus caminhos, sua
independência,
sua capacidade de criar valor para a sociedade (sua fonte real de subsistência) e
para seus "clientes" (mesmo que tal "cliente" seja o seu
empregador de momento)! E ter sua remuneração advinda deste valor.
Rendimento não apenas
para seu período
de vida ativa e profissional, mas investir para criar o patrimônio que vai
sustentá-lo
nas crises e nos possíveis
30-40 anos que ainda viverá
após
a aposentadoria.
Nossa sociedade precisa desta atitude
empreendedora e da capacidade de inovação. A crise estimulará tal
atitude. Deste modelo surgirão
soluções
para os desafios atuais. E a partir desta perspectiva, identificar
oportunidades de iniciar sua empresa, construir uma base maior de clientes e
talvez acumular maior riqueza, se torna mais natural.
O número de empreendedores precisa e vai
aumentar. O artigo no link anexo indica que caminhamos nesta direção http://www.ft.com/cms/s/0/a910938a-42b7-11e1-b756-00144feab49a.html